Há cada vez mais carros elétricos em Portugal. Dos automóveis vendidos no início de 2022, cerca de 20% eram elétricos ou híbridos plug-in. Desta percentagem, 10% eram 100% elétricos. Até 2035, e segundo estatísticas conservadoras, Portugal terá meio milhão de carros elétricos. Mas se continua a achar que “o elétrico talvez não seja para si” ou “não para já”, e nem entende bem que custos teria um carro elétrico, desfaça as suas dúvidas!
Vamos, primeiro, esclarecer o que é um carro elétrico. Os carros convencionais usam um motor de combustão interna, cujo combustível é o gasóleo, a gasolina ou o gás de petróleo liquefeito (GPL). Nos carros elétricos, o motor é elétrico. Este motor elétrico vai buscar a energia química armazenada nas baterias recarregáveis, que depois é convertida em energia elétrica para alimentar o motor. Por sua vez, o motor fará a sua conversão em energia mecânica. E é assim que o veículo anda.
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Os carros elétricos têm cada vez mais autonomia. O carro 100% elétrico com mais autonomia no mercado é o Mercedes-Benz EQS, com 780 kms. o suficiente para ir de Melgaço a Faro (que, de acordo com o Google Maps, são 729 kms). Por outras palavras: percorrer Portugal de Norte a Sul. No entanto, claro que este carro é um topo de gama! Os carros elétricos mais vendidos em Portugal têm uma autonomia entre os 300 e os 400 kms. Isto significa que a maioria dos condutores só tem de carregar o carro uma vez por semana
Por norma, a manutenção dos carros elétricos é mais barata do que a dos carros a gasóleo ou gasolina. Primeiro, os carros elétricos não precisam de óleos do motor, filtros nem correias. Além disso, como trava com o motor, não há um desgaste tão acentuado nas pastilhas dos travões nem nos pneus. Enquanto um carro convencional deve ir à revisão a cada 15 mil quilómetros, nos carros elétricos só é necessário fazer a revisão do carro a cada 50 mil quilómetros.
Em média, os carros elétricos emitem menos 66% de dióxido de carbono do que os carros a gasolina e a gasóleo. Porque é que as emissões não são zero? Porque se emite dióxido de carbono para produzir o próprio carro e as baterias. Além disso, a eletricidade que produzimos ainda não é 100% renovável. Mas mesmo no pior cenário – a Polónia, que é o país da UE que mais usa carvão para produzir eletricidade – os carros elétricos poluem 30% menos. Em Portugal, é possível que, ao longo da sua vida, um carro elétrico emita menos 70-80% do que um carro convencional.
Inicialmente, os carros elétricos eram completamente silenciosos. A partir de 2019, os carros elétricos começaram a produzir um “ruído branco” quando a velocidade é inferior a 30 km/h. Esta alteração destina-se a evitar atropelamentos na cidade porque os peões não se apercebem que um carro se está a aproximar. A velocidades superiores a 30 km/h, o ruído desaparece e o carro volta a ser silencioso.
Ainda acha que há dificuldade em encontrar um posto de carregamento? Em Portugal, a rede MOBI.E engloba mais de 4000 postos de carregamento. Até 2025, devem ser 15.000. No ano passado, já nos tornamos o quarto país da Europa com mais postos de carregamento por cada 100 kms. E acha que estes postos de carregamento são muito demorados? Destes 4000 postos, cerca de 800 são de carregamento rápido.
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Ligue Linha Saúde AutoAfinal, quanto tempo demora a carregar um carro elétrico? Tudo depende do tipo de posto de carregamento.
Ainda acha que demora muito a carregar um carro elétrico?
Tecnicamente sim… mas não é recomendável! A EDP alerta que só deve fazer isto numa situação de emergência, se não tiver outra alternativa. Usar uma tomada convencional para carregar o carro tem o risco de sobreaquecimento, o que pode danificar todo o sistema elétrico da casa. Além disso, estas tomadas têm pouca potência, pelo que teria de esperar 20 horas até ter a bateria completamente carregada!
Mas não se preocupe, porque pode instalar um posto de carregamento em casa. A solução mais conhecida é a “wallbox”, que pode comprar ou alugar a um Comercializador de eletricidade para Mobilidade Eléctrica (CEME). Estas “caixas de parede” têm diversas potências e adaptam a corrente de forma a poder carregar o seu carro mais rápido e em segurança. Mais: pode definir as horas de início e de fim para tirar proveito das tarifas bi-horárias.
Agora, se mora num condomínio preste atenção. Se a sua garagem não é uma box fechada com um quadro elétrico independente, só precisa de fazer uma avaliação técnica do local e comunicar a alteração ao condomínio com antecedência. Caso se trate de lugar de garagem num espaço partilhado, tem de solicitar a autorização do condomínio.
A melhor solução talvez seja tentar convencer os seus vizinhos a instalarem um posto de carregamento ligado à rede pública, para que possam medir o consumo de cada um. O Fundo Ambiental financia até 80% dos custos da instalação (até ao máximo de 800€) a condomínios multifamiliares, por isso aproveite este apoio.
Ora bem, esta é uma questão sem uma resposta simples. O preço do carregamento de um carro elétrico varia muito. Primeiro, depende se carrega em casa ou num posto público. Neste último caso, o valor altera consoante o tipo de posto e a tarifa que contratou com o seu CEME (tal como a tarifa da eletricidade muda de operador para operador).
Segundo a Deco, um carro elétrico “só compensa” se carregar em casa. Num posto de carregamento normal, a DECO calcula que paga 7.36€ para percorrer 100 kms. A ACP chega à mesma conclusão – é mais barato se carregar o carro em casa, na tarifa bi-horária – mas o carregamento num posto rápido compensa sempre em relação ao gasóleo e à gasolina. Nesta comparação, paga 6€ para percorrer 100 kms (num posto de carregamento) ou apenas 1.65€ a carregar em casa na hora de vazio.
O cálculo mais recente da Associação de Utilizadores de Veículos elétricos (UVE), os elétricos voltam a ser imbatíveis. Com um elétrico, a carregar em casa na hora mais barata da tarifa bi-horária, consegue percorrer 100 kms por 2€. A mesma distância a gasolina custa-lhe 11.38€ e a gasóleo 7.98€.
As tarifas de carregamento de carros elétricos levantam muitas dúvidas. Em alguns postos, só precisa de instalar uma app para carregar. Mas o mais habitual é fazer um contrato com um CEME, que lhe dá um cartão para a sua conta. Depois, carrega o seu cartão ou a conta na app em qualquer posto de carregamento – tal como utiliza o seu cartão em qualquer caixa multibanco, mesmo que não seja do seu banco.
O valor que paga por cada carregamento depende do contrato que celebrar com o seu CEME. Cada fatura é composta por quatro parcelas:
Se quiser saber de antemão quanto vai pagar em cada posto, pode consultar a App Miio.
O que acontece se o carro elétrico ficar sem bateria no meio da estrada? Há alguns anos, estaria em maus lençóis. Mas agora a Via Verde já instalou 32 postos de carregamento elétricos na A1 e na A2. A Brisa tem previsto instalar 82 postos de carregamento rápido e ultrarrápido em estações de serviço, incluindo na A3, na A6, na A4 e na A9. Portanto, mesmo que fique sem bateria, uma paragem de 15 minutos é o suficiente para seguir viagem.